Armando Pereira de Almeida nasceu em Caiapônia,
interior de Goiás, no dia 17 de Julho de 1937. Goiano trabalhador, já foi
carpinteiro, pedreiro, vendedor e várias outras funções até ingressar no Fisco.
Conheceu dona Dilce e em 1958 casaram-se em Piranhas, Goiás. No início dos anos
70, prestou concurso da Affego e tornou-se Agente Arrecadador, tendo então uma
vida mais estável.
Trabalhou nas cidades de Piranhas, São Luiz dos
Montes Belos e Firminópolis, interior de Goiás e nessas pôde alcançar várias
conquistas, como ser membro da equipe que inaugurou a pista de pouso de
Piranhas e lutou pela construção de uma nova estrutura da sede Maçônica de São
Luiz dos Montes Belos. Essas e outras realizações feitas sempre destacando a
importância de ajudar o próximo.
Há muitos anos, até mesmo
antes de ser um associado, gostava de jogar futebol e sempre era o goleiro dos
times em que jogava. Certa vez, por volta de 1953, foi convidado por um
olheiro, durante um jogo de futebol em Caiapônia, para ir ao Rio de Janeiro e
fazer parte do time Vasco da Gama, porém sua mãe não deixou. Ao entrar para a
Affego, continuou a praticar o esporte, entrando então para a equipe do Fisco
que sempre participava de torneios. Não pôde dar continuidade à prática do
futebol depois de uns anos, mas havia um outro hábito do qual Armando Pereira
não abria mão : as reuniões com familiares nos finais de semanas e dias de
folga. Apesar de ter muitos amigos, era com a família que se juntava sempre que
podia.
Como excelente pai, ajudou os filhos em tudo que
podia. Era muito unido à sua esposa e os filhos nunca presenciaram nenhuma
briga entre os pais, o que comprova a união familiar que Armando tanto
consagrou. Teve a oportunidade de conhecer seus dez netos. Com pouco mais de 20
anos de Fiscal Arrecadador, Armando Pereira de Almeida deixou saudades a todos
que o acompanharam em vida.
Em 1997, Armando Pereira de Almeida faleceu de
Câncer no estômago, cuja morte deixou familiares e amigos muito entristecidos.
Exímio pai de família, marido, amigo e, principalmente, profissional, Armando
cumpriu seu papel na terra dos efêmeros, defendendo a lei e a realização de seu
ofício.
Por Mariana Pereira
Por Mariana Pereira
Armando Pereira de
Almeida, o tio Mandú. Era assim que nós, as crianças da família, o chamávamos.
Se para os irmãos ele foi um grande pai, para nós o ‘tio Mandú’ funcionava como
um irmão maior – a quem respeitávamos com admiração ímpar.
Morando em Mato Grosso
tínhamos contatos esparsos, porém intensos. Em épocas de festas ou datas
especiais para a família, íamos em caravana para São Luis de Montes Belos (GO)
ou recebíamos a família do Tio Mandú em Rondonópolis (MT). Nestas ocasiões
ficávamos sempre juntos, do café da manhã até a ceia noturna. Era a
oportunidade perfeita para gozar da companhia do 'Tio-Pai-Irmão' que tanto
amávamos.
Quando eu era criança Tio
Mandú ainda não era evangélico, mas vivia os ensinamentos cristãos de forma
exemplar. Aliás, acho que foi na bíblia onde ele encontrou a orientação para
tratar a gurizada. Mesmo que estivesse atarefado, sempre dava um jeitinho de
nos dar atenção. Se alguém tentava dificultar o contato ele logo intervinha,
repetindo, com outras palavras, a frase célebre de Jesus: ‘Deixai vir a mim as
criancinhas’. E nós íamos...
No meio daquelas crianças
que sempre o rodeavam para ouvir histórias, piadas e gracejos variados, eu me
fascinava e aprendia. Se alguém tão importante como o tio Mandú parava para
conversar e nos ouvir, é porque, mesmo sendo crianças, éramos 'gente'.
Pode parecer estranho,
mas, até então, eu imaginava que as crianças eram como projetos de humanos que
só após a maioridade efetivavam-se como 'Gente'. Aprendi que não, que já
nascemos 'Gente' e que, nesta condição, devemos ser respeitados e estamos aptos
a buscar a evolução como seres humanos.
Sei que o Tio Mandú era
um profissional respeitado, tendo construído uma carreira exemplar junto ao
fisco goiano. Lembro-me que ele era líder nato e um conselheiro requisitado por
amigos, vizinhos e até autoridades públicas que se viam diante de grande
decisões. Ainda me recordo de sua cultura vasta e do amor que nutria pelo
conhecimento (dele herdei também o amor pelos jornais e noticiários). Mas, para
mim, nenhuma dessas qualidades supera o zelo dispensado à família.
Tenho hoje 40 anos e
confesso que jamais encontrei um casal tão sereno amoroso como o formado pelo
Tio Mandú e Tia Dilce. Comunicavam-se até pelo olhar e jamais os vimos
discutindo. O amor deles era tão grande que superou a morte e aquela relação
harmoniosa ainda hoje é para todos nós um ‘ideal’ a ser seguido.
A relação com os filhos e
netos também foi sempre exemplar. Tio Mandú sabia repreender com dureza quando
necessário, mas a doçura no dia-a-dia era sua principal ‘ferramenta
educacional’. Teve com todos eles um convívio aberto, estando sempre acessível
e pronto para discutir qualquer tema – mesmo os mais delicados.
O amor pela família era
expresso também na generosidade e atenção dispensada aos irmãos e dezenas de
sobrinhos. O esforço que fazia para nos visitar em Mato Grosso e a dedicação
demonstrada a cada vez que nos recebia em Goiás eram comoventes.
Com o exemplo, ensinou a
todos nós a importância da boa convivência e, mesmo depois de sua morte, não
esquecemos a lição.
Obrigado, Tio Mandú!
Eduardo
Ramos Almeida de Souza, 40
Sobrinho
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