Certos momentos da vida pedem um desligar, um afastar do barulho do mundo e do turbilhão da mente. Eu me pego precisando disso às vezes, como se o silêncio fosse a única resposta que realmente importa. Não é fácil se desligar, porque fomos acostumados a acreditar que parar seria perigoso, que poderia abrir espaço para algo ruim. Pegamos como base um dito antigo. Mas eu vejo de outra forma. Quando paro de pensar nas questões por mim mesmo, dou a oportunidade de ouvir algo maior, de deixar a voz de Deus soar mais claramente.
Podem até dizer que, para mim, é mais fácil silenciar por conta da minha vida introspectiva, por ser fleumático ou tranquilo. Talvez seja verdade. Mas percebo que, às vezes, o ato de falar, de buscar externar tudo, pode nos levar a dizer coisas que não deveríamos. Acredito que seja mais pelas escolhas que faço. Palavras que ferem, que se perdem, que não precisavam ser ditas. Então, escolho o silêncio como uma forma de proteção, tanto para mim quanto para os outros.
E acredito que esteja tudo bem. Não é fugir, não é omitir, mas dar um tempo para que as palavras se assentem dentro de mim, para que as respostas cheguem com clareza. No silêncio, dou espaço para que Deus fale, para que Ele preencha o que antes era inquietação com paz. É nEle que encontro sentido, é nEle que percebo que Deus não precisa de barulho para agir. Ele só precisa de um coração disposto a ouvir. E ouvi-Lo sem intermédios se torna um bálsamo que nos tira da inquietação.
Escolho esse caminho, porque acredito que, no fim, é no silêncio que a alma respira e se renova.