29 dezembro 2014

Pastor deixa drogas e rock and roll no passado para guiar Medina


A igreja que Gabriel Medina frequenta em Boiçucanga não poderia ser mais apropriada para um campeão do WCT. Do púlpito, formado por uma prancha de surfe invertida, o pastor não abandona as gírias praianas nem mesmo na hora de cativar os seus fiéis. "A nossa filosofia é a Bíblia, tá ligado? É Jesus andando na areia, surfando - porque ele andou em cima da água, então foi o primeiro surfista da humanidade -, conversando, assando um peixe, fazendo os seus milagres aqui e ali", explica o sujeito de braços tatuados, com uma serenidade que contrasta com o seu passado turbulento.
Pastor da Igreja Evangélica Bola de Neve de Boiçucaga desde 2001 (ele colaborou com a fundação dessa unidade, a primeira criada após a matriz em São Paulo, quando deu "um rolê pelo litoral"), André Catalau foi usuário de drogas dos 12 aos 38 anos. "Eu era cantor de rock, e isso é um passaporte carimbado para a loucura, com tudo pago. Pirei mesmo. Já tinha uma tendência, porque a minha família é americana, muito liberal. Pô, perdi a minha irmã de overdose. O meu irmão, de cirrose. E eu estava no mesmo caminho. Queria morrer, descansar. Tive várias internações psiquiátricas, fui preso", conta, aos 55 anos, com o orgulho de quem diz não ingerir nenhum alucinógeno há mais de 15.
A banda paulistana que Catalau liderava era o Golpe de Estado, formada em 1985. O grupo de hard rock, com influências do blues e do heavy metal, marcou época no cenário underground. Chegou a abrir um show para os ingleses do Deep Purple e a fazer algumas aparições na televisão, como no programa de entrevistas comandado por Jô Soares. O declínio coincidiu com o apogeu do vício do vocalista, já cobrado por seus companheiros por faltar em shows e ensaios.
Catalau encontrou outro rumo para a sua vida quando estava debaixo do Minhocão, em São Paulo, com um cachimbo de crack na boca. "Meu tio foi lá me buscar e me levou para um centro de reabilitação evangélico. Pô, eu acabava de ter uma PT, uma perda total. Meu pai, o cara que me bancou e me mimava, estava em uma cadeira de rodas", lembra. "E eu tinha um alto luxo em Higienópolis e descia para fumar pedra. Também estava viciado em sexo. O meu alcoolismo era aquele negócio de acordar de manhã e ter que tomar alguma coisa. Aí, depois, vinha a internação. Era uma cultura, né, brother? Os caras achavam legal cantor de rock ser muito louco, internado e tal", acrescenta.
Já bem diferente do perfil de roqueiro, Catalau se vestiu de terno quando aceitou ser tratado na Assembleia de Deus do Bom Retiro. "Fazia tudo de boa, sem questionar." Apesar de ter demorado a se sentir à vontade naquele ambiente. "As pessoas olham para os crentes e acham uma parada louca. É muita viagem. Eu também pensava assim. Não cometi nenhum suicídio intelectual", avisa.
Ele começou a ler a Bíblia e outras obras evangélicas para contrapor os pastores com quem lidava. "Mas fui dixavando tudo e pensei: que irado, que irado! Percebi que o errado era eu, que 80% da doença da dependência vêm do espírito", calcula. Na Bola de Neve de Boiçucanga, não há motivo para jovens como Gabriel Medina se sentirem surfistas fora d’água.
O pastor André Catalau se preocupa até em se vestir com as roupas esportivas que patrocinam o campeão do WCT (comprou de última hora uma camiseta regata e uma bermuda com a assinatura do novo ídolo nacional na loja da família de Miguel Pupo, 19º do mundo) apenas para conversar com a reportagem no litoral norte de São Paulo. Depois desse compromisso, ele ainda pegaria onda na praia da Baleia e demonstraria já alguma intimidade com a prancha - ao contrário dos tempos em que "era o maior calhordão, colocava uma parada no cabelo e surfava só para se mostrar para as menininhas".
Foi também o jeito extrovertido de Catalau que atraiu Simone Medina, mãe de Gabriel, à Bola de Neve. A confiança no ex-usuário de drogas é tamanha que ele chegou a celebrar o casamento religioso entre ela e Charles Serrano (padrasto do campeão mundial de surfe), em uma cerimônia ao ar livre em Maresias. "A palavra foi irada, sobre proteger o amor deles. Eles se emocionaram muito. Estava crowd (cheio), com toda a galera do surfe presente", relembra o antigo líder do Golpe de Estado, cujo filho caçula, André, estuda na mesma escola da herdeira do casal, Sophia.
Guru de Gabriel Medina na conquista do WCT e agora incentivador da carreira de Sophia, Charles não é evangélico, mas aprova que o pupilo se escore na religião para fazer sucesso nos mares. O surfista aumentou a sua crença na primeira vez em que pisou na Bola de Neve, de acordo com Catalau, em 2011. "O Gabriel havia torcido o pé e me pediu uma oração para ficar legal, já que correria uma etapa em Hossegor, na França. Está limpo, né? Mas, aí, ouvi uma voz na minha cabeça: ‘Fala que vou dar esse troféu para ele’. Sou meio cabreiro... Queria ficar na minha, mas contei: ‘Essa manobra que você está tentando vai te dar o título’", narra o pastor.
Na lembrança de Catalau, Gabriel ficou com os olhos arregalados depois daquela premonição, uma vez que não teria revelado para ninguém (além do padrasto Charles) o ensaio de uma nova manobra. Simone também se surpreendeu. Já no Brasil depois de ser campeão na França, o surfista ofereceu um café em sua casa para o pastor da Bola de Neve. E quebrou a máquina da mãe. "Caiu café para tudo quanto é lado. Foi sensacional. A gente se divertiu como duas crianças. Ele é um menino bom, sem maldade. Quando vai fazer exame antidoping, diz que o máximo que pode acusar ali é um chocolate quente. Pô, que delícia ouvir isso", sorri.
Entre um café e um chocolate quente, Gabriel Medina vai à Bola de Neve de Boiçucanga sempre que possível, apesar do assédio dos demais fiéis. Também gosta de receber visitas do pastor em sua casa antes de viajar para competir. Só não foi batizado pela igreja nas águas de Maresias, como ocorreu com a sua mãe e com toda a família de surfistas Pupo. "Isso vai acontecer no tempo dele", diz Catalau. "O Gabriel já reconhece que tudo que aconteceu não foi só por força própria. Temos um monte de garotos que surfam para caramba aqui. Por que esse é o campeão mundial? Ele sabe que foi por causa de Deus. Tem mais fé em Deus do que no surfe dele, tá ligado? Foi isso que o levou ao topo", completa.
A fé que conduziu Gabriel Medina ao título mundial foi a mesma que tirou André Catalau das drogas e do rock. A exemplo do que ocorre com o amigo Rodolfo Abrantes, antigo líder da banda Raimundos, a sua mudança de vida ainda causa estranheza nos ex-companheiros do Golpe de Estado. "Pensam que pirei, que cheguei ao último degrau da loucura. E cheguei mesmo, graças a Deus, que me botou em uma parada diferente. Não carrego os meus legados malditos", agradece, apesar de demorar a convencer alguns fãs.
Uma delas, preocupada em acabar com o vício do marido em drogas, o levou até a Bola de Neve e desesperou-se quando descobriu quem era o pastor: "O Catalau? Do Golpe? Isso é baixaria! O cara é muito louco! Você precisando parar de fumar e vai ver o Catalau?". O receio é desnecessário, garante André Catalau.
"Hoje, entro em boteco, vejo os caras fumando e cheirando, vou a biqueiras buscar os meninos, me chamam na cadeia para falar com o pessoal... E é tranquilo. O antigo Catalau não faz mais parte da minha natureza", prega o pastor, para quem o campeão mundial Gabriel Medina virou o novo exemplo para tratar jovens drogados do litoral norte de São Paulo. Do alto do seu púlpito de prancha de surfe, ele agora encara como uma missão salvar esses dependentes e formar cidadãos um atrás do outro. Como uma bola de neve.

28 novembro 2014

Ceni é o retrato definitivo do Tricolor


Quando falamos sobre relacionamentos, é de crença popular que nascemos para alguém, ou que em determinado momento da vida encontraremos a pessoa certa, e que saberemos no mesmo instante que não há outro alguém que possa sê-lo. Acredito que, no futebol, não é diferente.
Não há dúvidas de que Rogério Ceni nasceu para o São Paulo. Mas hoje, após a eliminação diante do Atlético Nacional da Colômbia pela Sul-Americana, tive a certeza de que o São Paulo nasceu para Rogério. Muitos já vestiram o manto, conquistaram inúmeros títulos pelo clube do Morumbi e tornaram-se ídolos, mas Rogério foi, está e vai além. A camisa 01, as luvas e as chuteiras são uma armadura que o goleiro veste a cada jogo como se fosse o último, e o escudo no peito não é visível somente fora, mas também em seu coração.
Ceni passou por momentos incríveis na carreira, como a conquista da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2005, e por terríveis pesadelos como a falha que custou a derrota para o Internacional na final da Liberta de 2006. Quando esteve por baixo, muitas vezes foi cobrado especialmente pelo fator idade. “Rogério está velho", “devia parar". Em momentos de raiva, confesso também ter pensado isto. Mas o que seria do São Paulo sem Rogério? Não consigo imaginar. Mesmo. A relação de amor entre Ceni e o Tricolor é tão forte e longeva que lembra aquele tipo de casamento duradouro dos nossos avós, que será lembrado de geração em geração. Você não consegue imaginar um “divórcio" de quem você vê junto há tantos anos.
Nesta temporada e, especialmente no jogo de hoje, vi Ceni mais líder do que nunca, em excelente forma e com uma voracidade semelhante a de um garoto de 20 anos. Fez defesas incríveis e decisivas, foi um dos artilheiros do time na temporada, quebrou recordes atrás de recordes. Esteve mais forte nas preleções do que nunca. Foi o líder e espelho do que o time apresentou durante toda a temporada- aliás, a melhor desde o tricampeonato brasileiro. E calou a boca de muita gente; calou a minha, que achava que não poderia mais ser surpreendido pelo camisa 01. Mas ele é mito, e não é chamado assim à toa;o é pelo que faz dentro de campo e especialmente nos bastidores do Tricolor.
Rogério foi espetacular na noite desta quarta-feira. Fez defesas importantíssimas, converteu o único dos três pênaltis cobrados pelo time e quase defendeu duas das cobranças do Nacional. E, vendo o ano terminar  - seu último ano como jogador – na quarta cobrança convertida pelo time colombiano, seu sonho de despedir-se com um título acabou. Em um misto de emoções que envolve desde a tristeza da derrota, do fim próximo de carreira e o orgulho de ter visto o São Paulo lutar até o fim, ainda mais depois de um ano incrível – dele e de toda a equipe – Ceni concedeu entrevista claramente embargado. “[...] Só tenho a agradecer. É um puta orgulho fazer parte de um time bacana como esse. A gente só lamenta o fato de não poder disputar o título.
A emoção de Rogério me emocionou. E percebi que Rogério Ceni é o “jogador da vida" do São Paulo. Talvez o São Paulo tenha outros ídolos, outros grandes goleiros e capitães no futuro, que talvez até cobrem faltas e pênaltis também. Denis já vem treinando cobranças de falta. Torço pra que ele seja um grande goleiro e ídolo, caso suceda de fato Rogério. Mas amor, é um só. E este é Ceni, o retrato definitivo do Tricolor.
Fonte: Lance Activo!
Imagem: iG

21 outubro 2014

A falta de Rogério Ceni



Rogério Ceni mandou a bola no ângulo e fez um golaço contra o Bahia. Dos mais bonitos dos 123 gols que o camisa 01 marcou na carreira. Apenas cinco a menos que um dos maiores camisas 10 do São Paulo – Raí. Um daqueles gols que vale a pena rever e comentar. Para muitos jogadores seria dos mais bonitos da carreira.

Para Rogério foi mais um. Embora possa ser o último. E por isso também Ceni é o número um. Desde o primeiro gol, em Araras, em 1997, ele faz e celebra como se fosse nem o primeiro e nem o último. Mas o único. Por isso ele vai além. Rogério é único como deverá ser única a marca dele como artilheiro-goleiro. Como goleiro-goleiro, no clube de Poy, Sérgio, Valdir Peres e Zetti, Rogério está entre esses bambas todos. Mas, como artilheiro, como ídolo, como são-paulino, como mito, Rogério está em um nível em que um golaço nem mais é tão festejado como deveria. Ele banalizou o espetáculo. Na melhor acepção possível.

O problema, agora, será em algum tempo o tricolor olhar para a meta e não ver aquele magrelo de poucos cabelos fazendo das dele. O problema, em breve, será uma falta de qualquer lugar ser marcada a favor do São Paulo e não se ver mais os olhos de todos os estádios voltados para aquela tradicional abaixada de cabeça e trote em direção à meta rival. Quando o são-paulino berra e os adversários temem. Ou tremem. Ou ambos. Quando Rogério vem fazer o jogo de Ceni. E só dele. O São Paulo terá outros ótimos cobradores de faltas. Também de pênaltis. Claro que terá. Mas nunca mais uma falta próxima da área rival fará o torcedor tricolor olhar para a própria meta esperando a vinda do cobrador.

Outros clubes perderam seus ídolos. Craques. Mitos. Poucos com tanto tempo e tão corrida ficha prestada como a de Rogério. Mas só o São Paulo sofrerá a perda de um gesto inconsciente ainda que tão consciente. A olhadinha pro próprio gol na expectativa de mais um gol de falta. Nenhuma torcida na história do futebol teve tantas vezes essa sensação. Não será fácil se acostumar. Mas muito mais difícil foi criar esse sentimento. Quase uma certeza. Lá vem Rogério! Lá vai com ele uma história eterna.

Por Mauro Beting em 20.out.2014

29 agosto 2014

Conferência Tempo de Glória


Andressa Lima

Sorriso leve, as vezes tímido, porém sempre sincero!
Através de você, aprendo uma nova forma de enxergar as coisas. Posso afirmar com toda a convicção, sou uma pessoa melhor a cada dia.
São apenas 4 anos de convívio, mas levo comigo a lição de uma vida inteira. E hoje, 29 de Agosto de 2014, onde todos comemoram seu "mais um ano de vida", tenho motivos suficientes para comemorar a cada novo dia ao seu lado.
Encontrei um novo motivo para sorrir, um novo motivo para viver plenamente todas as promessas de DEUS. A lutar por novos objetivos e sonhos.
Você me dá forças, uma força que nunca antes encontrada dentro de mim.
Provérbios 28 diz: Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa, e alcança o favor do Senhor.

Realmente eu não mereço, grande favor foi esse dado por DEUS e não encontrei apenas uma esposa, encontrei uma vida toda que estava perdida dentro de mim.

Parabéns por ser tão linda e sincera.
Me apaixono por você todos os dias.
Te amo!

13 janeiro 2014

Trio é preso suspeito de arrombar caixa eletrônico em banco de Goiânia

Três homens foram presos na madrugada deste domingo (12) ao tentar arrombar dois caixas eletrônicos de uma agência bancária da Avenida 85, no Setor Oeste, emGoiânia. Segundo a Polícia Militar, eles não concluíram o roubo porque o alarme disparou. Uma quarta pessoa, que estaria dando cobertura ao trio do lado de fora do banco, fugiu.

O tenente da PM Valterci José Alves informou que eles seriam de Santa Catarina. “Pelo que nos informaram eles já teriam agido em outros estados. Em Goiânia, esta era a primeira agência que eles roubariam”, afirma.

De acordo com a polícia, os criminosos colocaram uma lona preta no vidro do banco para dificultar a visão no interior do local. Com o grupo foi apreendido um maçarico, que eles usaram para arrombar os equipamentos. Os suspeitos estão detidos no 20º Distrito Policial.

Gasolina mais limpa começa a chegar a postos de Goiânia

Começa a chegar aos postos deGoiâniaa gasolina S-50, com teor ultrabaixo de enxofre. O combustível mais limpo promete não prejudicar tanto a qualidade do ar, já que deve reduzir a emissão de enxofre na atmosfera em 94%. Apesar dos benefícios ao meio ambiente e à saúde, os consumidores se preocupam com o peso que a mudança pode causar no bolso.

Para o advogado Carlos Menezes, especialista em direito relacionado aos combustíveis, apesar da indicação da Petrobras de que não haverá reajuste, o consumidor deve se preparar para um impacto no orçamento.

“O preço ainda tem uma situação de especulação, mas possivelmente deve implicar na modificação do preço em decorrência de um produto que vem modificado tecnologicamente, trazendo uma melhoria tanto para o veículo no seu funcionamento, para o meio ambiente e a qualidade de vida no ser humano. Notadamente isso vai implicar, a gente imagina, em uma modificação de preço”, acredita o advogado.

Segundo a Petrobras, o novo combustível também diminui os custos de manutenção dos carros, pois tem baixa formação de depósitos em válvulas, bicos injetores e na câmara de combustão, além de redução no desgaste do motor.

A decisão entrou em vigor em 1º de janeiro e os postos tem um prazo de 90 dias para substituir todo o combustível das bombas pela gasolina mais limpa. Porém, Carlos Menezes prevê que a substituição aconteça ainda no mês de janeiro já que os estoques não ficam por muito tempo nas bombas dos postos. “A gente estima que entre o dia 15, dia 20, no máximo, a grande maioria dos postos já tenha o produto para oferecer”, afirma.

Carro cai em rio e motorista fica gravemente ferido na BR-153, em GO

Um jovem de 23 anos ficou gravemente ferido em um acidente na BR-153, próximo aRianápolis, na região Central de Goiás, na tarde de sábado (11). Apesar de o carro ter ficado destruído, o passageiro saiu ileso do acidente.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista do Honda Civic perdeu o controle da direção do veículo. Em seguida, o carro bateu na cabeceira da ponte e caiu no Ribeirão Formiguinha.

O veículo, com placas dePalmas(TO), caiu sobre um local de pedra e parou de rodas para cima. Chovia no momento do acidente.

O passageiro conseguiu sair sozinho do carro e, com a ajuda de pessoas que passavam no local, retirou o condutor do veículo antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O motorista foi socorrido e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento deCeres. Segundo boletim médico divulgado neste domingo (12), a vítima está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado gravíssimo.

Jovem morre ao tentar salvar amigo que se afogou em represa de Goiás


Os jovens Werick Antônio de Sousa, 19 anos, e Marcos Vinícius dos Santos Bernardes, 20, morreram em uma represa de Silvânia, na região central de Goiás, no domingo (12). Segundo o Corpo de Bombeiros, o garoto mais velho se afogou enquanto brincava. O outro rapaz foi tentar ajudar o amigo, mas não resistiu à força da água.

Os afogamentos aconteceram por volta das 18 horas de domingo. As buscas pelas vítimas começaram no mesmo dia e o corpo do jovem de 19 anos foi encontrado na madrugada desta segunda-feira (13). O outro rapaz também foi localizado, por volta das 8h30.

Os bombeiros informaram que as vítimas estavam em um grupo de dez pessoas. Eles foram passar o dia no local.

Irmão de Marcos Vinícius, Versisney Bernardes contou que o jovem sabia nadar, mas era a primeira vez que ia a esta represa. "Ele sabia nadar, mas pelo jeito ele cansou. A represa é muito funda", disse.

Três bombeiros participaram das buscas, sendo dois mergulhadores. Os militares informaram que a profundidade da represa é de 10 metros. A água turva e os galhos dificultaram a localização dos corpos.

04 janeiro 2014

Mantega antecipa anúncio de que cumpriu meta de superávit primário

As contas do governo central, formado pela União, Previdência Social e pelo Banco Central, registraram uma economia para pagar juros da dívida pública, conhecida como “superávit primário”, de cerca de R$ 75 bilhões em todo ano de 2013, informou nesta sexta-feira (3) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Deste modo, foi atingida a meta fiscal, estabelecida em julho de 2013 para todo o ano passado, de pelo menos R$ 73 bilhões.
A meta cheia, para todo o setor público, que inclui, além do governo, os estados, municípios e empresas estatais, era de R$ 111 bilhões – o equivalente a 2,3% do PIB. O resultado será divulgado somente no fim de janeiro pelo Banco Central. Nos últimos meses, porém, Mantega disse que o cumprimento desse objetivo dependeria do esforço dos estados e municípios.
Dados antecipados
Os números do governo central foram antecipados para, segundo o ministro, "acalmar os nervosinhos" que não estavam acreditando que a meta de R$ 73 bilhões seria atingida.
"Antecipamos para baixar a ansiedade. Como havia alguns analistas que diziam que não íamos cumprir o fiscal, ficar com essa expectativa até o fim de janeiro não é bom. Estamos antecipando para acalmar os nervosinhos", declarou o minstro da Fazenda.
Como a meta foi atingida
O cumprimento da meta do governo foi atingido por conta de receitas extraordinárias, como aquelas oriundas das novas modalidades do Refis (parcelamentos especiais de tributos para as empresas, abertos no fim do ano passado, que renderam pelo menos R$ 20 bilhões aos cofres públicos em 2013), além de receitas não recorrentes, como o pagamento do bônus do campo de Libra  – no valor de R$ 15 bilhões.
"Todo ano costuma ter receita extraordinária. No caso do Refis, é um tributo que não foi pago e deveria ter sido pago. Algo devido ao governo. Mas a receita está crescendo independemente das receitas extraordinárias. E no ano passado também tivemos despesas extraordinárias, como para CDE [Conta de Desenvolvimento Energético] por causa de menos chuvas. Gastamos mais de R$ 9 bilhões em 2013", declarou Mantega.
Meta mudou ao longo do ano
A meta de superávit primário do governo central para 2013 foi fixada primeiro em R$ 108,1 bilhões, mas, no primeiro semestre do ano passado, Mantega informou que o setor público poderia abater cerca de R$ 45 bilhões da meta por conta de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de desonerações de tributos – possibilidades já autorizadas pelo Congresso Nacional.
Com isso, a meta recuou de R$ 108 bilhões para R$ 63 bilhões. Entretanto, em julho de 2013, a equipe econômica decidiu promover um corte adicional de R$ 10 bilhões no orçamento e elevar a meta de superávit primário das contas do governo para R$ 73 bilhões – mantida para todo ano.
A meta para todo o setor público, incluindo os estados, municípios e empresas estatais, também mudou ao longo do ano. Inicialmente, era de R$ 155,9 bilhões. Com abatimentos previstos pelo ministro no primeiro semestre, passou para R$ 111 bilhões.
Nos últimos meses, Mantega passou a se comprometer somente com o esforço fiscal de R$ 73 bilhões para o governo – deixando de lado o objetivo para todo o setor público.
Reduções de tributos
Com a forte entrada de receitas atípicas em 2013, o governo federal não teve de abdicar do processo de reduções de tributos – realizadas nos últimos anos e mantidas no último ano – com impacto de mais de R$ 60 bilhões nas contas (recursos que deixaram de ingressar nos cofres públicos).
"Os brasileiros estão pagando menos impostos na cesta básica, os empresários estão pagando menos tributos na folha de pagamentos, e as pequenas empresas com o Simples. Mesmo assim, arrecadação está melhorando em função da melhoria da atividade econômica. Isso é uma combinação feliz, positiva para a economia", acrescentou o ministro da Fazenda.
Gastos públicos
O ministro Mantega não divulgou detalhes sobre os gastos públicos em todo ano passado. Entretanto, até novembro, segundo números do Tesouro Nacional, as despesas tiveram aceleração.
Nos onze primeiros do ano passado, ainda de acordo com dados oficiais, as despesas totais avançaram 14,1%. Se esse percentual não mudar muito em 2013 fechado (considerando também dezembro), será a maior expansão desde 2010 – quando as receitas totais  cresceram 22,39%.
Os números mostram também que os gastos que mais cresceram, de janeiro a novembro, foram aqueles com custeio (gastos correntes dos ministérios), que subiram 22,5% (se confirmado, o maior valor desde 2007 - quando tem início a série histórica do Tesouro Nacional).
Ao mesmo tempo, as despesas com investimentos subiram bem menos de janeiro a novembro de 2013: 6,4%. Se confirmado para todo o ano passado (considerando também dezembro), será a menor alta da série histórica, que começou em 2007.
Bônus de libra e demais concessões
Impulsionadas pelo pagamento do bônus do campo de Libra, no valor de R$ 15 bilhões, as receitas de concessões bateram recorde em 2013 – ultrapassando a marca dos R$ 22 bilhões. O valor exato ainda não foi informado.
Até o momento, a maior arrecadação anual com concessões havia sido registrada em 1998, ainda na gestão Fernando Henrique Cardoso, quando ingressaram R$ 9,35 bilhões nos cofres públicos. No ano seguinte, em 1999, outros R$ 9,15 bilhões ingressaram no caixa do Tesouro Nacional.
Nos demais anos, porém, as receitas de concessões sequer chegaram perto da marca dos R$ 10 bilhões. Em 2000 e 2011, somaram, respectivamente, R$ 5,22 bilhões e R$ 4,38 bilhões. Em 2008, atingiram R$ 6,08 bilhões. Em 2009, 2010, 2011 e 2012, respectivamente, totalizaram R$ 3,09 bilhões, R$ 1,15 bilhão, R$ 3,93 bilhões e R$ 2,23 bilhões.
Ao todo, entre 1997 e 2012, a receita do governo federal com as concessões somou R$ 53,48 bilhões – uma média de R$ 3,34 bilhões por ano.
Novas modalidades do Refis
As novas modalidades do Refis, por sua vez, asseguraram pelo menos mais R$ 20,3 bilhões aos cofres públicos em 2013. Os números fechados ainda não foram divulgados pelo governo federal.
As novas modalidades de parcelamentos especiais para contribuintes em dívida com o governo foram aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pela presidente Dilma Rousseff, com o apoio da Secretaria do Tesouro Nacional, mas à revelia da área técnica da Receita Federal.
Segundo avaliou em outubro o subsecretário de Arrecadação da Receita Federal, Carlos Roberto Occaso, os estudos técnicos realizados pelo Fisco demonstram que os parcelamentos especiais não são eficazes para o parcelamento do passivo tributário.
“Não são medidas eficientes. Muito pelo contrário, as empresas aderem, ficam um período, e acabam sendo excluídas pela inadimplência. Acabam tendo diferenciais em relação aos contribuintes que pagam em dia e, com isso, acabam tendo vantagens. Entretanto, a decisão não é da Receita Federal. A decisão compete ao Executivo e ao Parlamento", declarou ele na ocasião.