24 abril 2018

Homeagem Affego - Armando Pereira de Almeida



ARMANDO PEREIRA DE ALMEIDA

Armando Pereira de Almeida nasceu em Caiapônia, interior de Goiás, no dia 17 de Julho de 1937. Goiano trabalhador, já foi carpinteiro, pedreiro, vendedor e várias outras funções até ingressar no Fisco. Conheceu dona Dilce e em 1958 casaram-se em Piranhas, Goiás. No início dos anos 70, prestou concurso da Affego e tornou-se Agente Arrecadador, tendo então uma vida mais estável.
Trabalhou nas cidades de Piranhas, São Luiz dos Montes Belos e Firminópolis, interior de Goiás e nessas pôde alcançar várias conquistas, como ser membro da equipe que inaugurou a pista de pouso de Piranhas e lutou pela construção de uma nova estrutura da sede Maçônica de São Luiz dos Montes Belos. Essas e outras realizações feitas sempre destacando a importância de ajudar o próximo.
Há muitos anos, até mesmo antes de ser um associado, gostava de jogar futebol e sempre era o goleiro dos times em que jogava. Certa vez, por volta de 1953, foi convidado por um olheiro, durante um jogo de futebol em Caiapônia, para ir ao Rio de Janeiro e fazer parte do time Vasco da Gama, porém sua mãe não deixou. Ao entrar para a Affego, continuou a praticar o esporte, entrando então para a equipe do Fisco que sempre participava de torneios. Não pôde dar continuidade à prática do futebol depois de uns anos, mas havia um outro hábito do qual Armando Pereira não abria mão : as reuniões com familiares nos finais de semanas e dias de folga. Apesar de ter muitos amigos, era com a família que se juntava sempre que podia.
Como excelente pai, ajudou os filhos em tudo que podia. Era muito unido à sua esposa e os filhos nunca presenciaram nenhuma briga entre os pais, o que comprova a união familiar que Armando tanto consagrou. Teve a oportunidade de conhecer seus dez netos. Com pouco mais de 20 anos de Fiscal Arrecadador, Armando Pereira de Almeida deixou saudades a todos que o acompanharam em vida.
Em 1997, Armando Pereira de Almeida faleceu de Câncer no estômago, cuja morte deixou familiares e amigos muito entristecidos. Exímio pai de família, marido, amigo e, principalmente, profissional, Armando cumpriu seu papel na terra dos efêmeros, defendendo a lei e a realização de seu ofício.

Por Mariana Pereira



DEPOIMENTO EDUARDO RAMOS 


Armando Pereira de Almeida, o tio Mandú. Era assim que nós, as crianças da família, o chamávamos. Se para os irmãos ele foi um grande pai, para nós o ‘tio Mandú’ funcionava como um irmão maior – a quem respeitávamos com admiração ímpar.

Morando em Mato Grosso tínhamos contatos esparsos, porém intensos. Em épocas de festas ou datas especiais para a família, íamos em caravana para São Luis de Montes Belos (GO) ou recebíamos a família do Tio Mandú em Rondonópolis (MT). Nestas ocasiões ficávamos sempre juntos, do café da manhã até a ceia noturna. Era a oportunidade perfeita para gozar da companhia do 'Tio-Pai-Irmão' que tanto amávamos.

Quando eu era criança Tio Mandú ainda não era evangélico, mas vivia os ensinamentos cristãos de forma exemplar. Aliás, acho que foi na bíblia onde ele encontrou a orientação para tratar a gurizada. Mesmo que estivesse atarefado, sempre dava um jeitinho de nos dar atenção. Se alguém tentava dificultar o contato ele logo intervinha, repetindo, com outras palavras, a frase célebre de Jesus: ‘Deixai vir a mim as criancinhas’. E nós íamos...

No meio daquelas crianças que sempre o rodeavam para ouvir histórias, piadas e gracejos variados, eu me fascinava e aprendia. Se alguém tão importante como o tio Mandú parava para conversar e nos ouvir, é porque, mesmo sendo crianças, éramos 'gente'.

Pode parecer estranho, mas, até então, eu imaginava que as crianças eram como projetos de humanos que só após a maioridade efetivavam-se como 'Gente'. Aprendi que não, que já nascemos 'Gente' e que, nesta condição, devemos ser respeitados e estamos aptos a buscar a evolução como seres humanos.

Sei que o Tio Mandú era um profissional respeitado, tendo construído uma carreira exemplar junto ao fisco goiano. Lembro-me que ele era líder nato e um conselheiro requisitado por amigos, vizinhos e até autoridades públicas que se viam diante de grande decisões. Ainda me recordo de sua cultura vasta e do amor que nutria pelo conhecimento (dele herdei também o amor pelos jornais e noticiários). Mas, para mim, nenhuma dessas qualidades supera o zelo dispensado à família.

Tenho hoje 40 anos e confesso que jamais encontrei um casal tão sereno amoroso como o formado pelo Tio Mandú e Tia Dilce. Comunicavam-se até pelo olhar e jamais os vimos discutindo. O amor deles era tão grande que superou a morte e aquela relação harmoniosa ainda hoje é para todos nós um ‘ideal’ a ser seguido.

A relação com os filhos e netos também foi sempre exemplar. Tio Mandú sabia repreender com dureza quando necessário, mas a doçura no dia-a-dia era sua principal ‘ferramenta educacional’. Teve com todos eles um convívio aberto, estando sempre acessível e pronto para discutir qualquer tema – mesmo os mais delicados.

O amor pela família era expresso também na generosidade e atenção dispensada aos irmãos e dezenas de sobrinhos. O esforço que fazia para nos visitar em Mato Grosso e a dedicação demonstrada a cada vez que nos recebia em Goiás eram comoventes.

Com o exemplo, ensinou a todos nós a importância da boa convivência e, mesmo depois de sua morte, não esquecemos a lição.

Obrigado, Tio Mandú!

Eduardo Ramos Almeida de Souza, 40
Sobrinho

Publicado em Junho de 2009 




 


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